Televisão, cozinha e estesia: reflexões para a definição de uma estética do prazer || Television, Kitchen and Aesthesia: Reflections for Defining an Aesthetics of Pleasure

Contenido principal del artículo

Caroline Cavalcanti-de Oliveira

Resumen

Associadas a uma observável onda de consumo relativa ao tema da cozinha, abordagens estetizadas da culinária e da gastronomia vêm se destacando, sobretudo, na televisão. O contexto pode ser percebido em programas de receitas e na publicidade televisual das indústrias alimentícia, de utensílios e eletrodomésticos de cozinha, que evidenciam uma valorização da artificação e do prazer com a comida ou com o ato de cozinhar. Considerando-se as formas adquiridas pela representação da receita culinária na contemporaneidade e a sugestão de efeitos de prazer com a ambiência televisual, o presente artigo propõe a qualificação de uma estética do prazer alusiva à representação do ato de cozinhar na mídia, e manifestada por seus regimes de visualidade na televisão. As estéticas são interpretadas como especificidades da organização narrativa, dadas por arranjos de forma e conteúdo: são contemplados aspectos da composição audiovisual que conjugam, na televisão, o apelo ao sensível à sensualidade, associados ao ato culinário.

Associated to an observable wave of consumption of the kitchen subject, aestheticized approaches of culinary and gastronomy have been emphasized especially on television. The context can be noticed both on TV cooking shows and televisual advertising of food and kitchen appliances industry, which enhance the artification and the pleasure with food or the act of cooking. Taking into account both the acquired forms of contemporary culinary recipes’ representation and the suggestion of pleasure effects set by the televisual ambiance, this paper proposes the qualification of an aesthetics of pleasure – related to the representation of the act of cooking in the media, and evidenced by its visual schemes on television. The aesthetics are interpreted as typical shapes of the narrative organization, given by arrangements of form and content: features of the audiovisual composition are covered by its appeal to sensitivity and sensuality, both associated with the act of cooking on television.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Cavalcanti-de Oliveira, C. (2017). Televisão, cozinha e estesia: reflexões para a definição de uma estética do prazer || Television, Kitchen and Aesthesia: Reflections for Defining an Aesthetics of Pleasure. Razón Y Palabra, 20(3_94), 233–247. Recuperado a partir de https://revistarazonypalabra.org/index.php/ryp/article/view/705
Sección
Monográfico

Citas

Barbosa, M. C. (2012). O presente e o passado como processo comunicacional. Revista Matrizes, São Paulo, v. 5 ( 2), p.145-155. jan./jun.

Barbosa, M. C. (2007). Televisão, narrativas e restos do passado. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação–E-Compós, v. 8, abr.

Barbosa, M. C. (2004). Os gestos do público e a construção do modelo narrativo cerimonial da televisão brasileira. Comunicação & Sociedade. São Bernardo do Campo: PósCom-Umesp, n. 41,pp. 73-93., 1o. sem.

Barros, D. L.P. de. (1999). “De la perfection’: duas reflexões”. En: LandowskI, E; Dorra, R. & Oliveira, A. C. de (eds.). Semiótica, estesis, estética. São Paulo, EDUC/Puebla, UAP. pp. 119-133.

Baudry, J. L. (1983). Cinema: efeitos ideológicos produzidos pelo aparelho de base. In: Xavier, I. (org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro, Graal. pp. 383-399.

Collins, K. (2009). Watching what we eat. The evolution of television cooking shows. New York, Continuum.

Fahle, O. (2006). Estética da televisão: passos rumo a uma teoria da imagem da televisão. In: Guimaraes, C.; Leal, B. & Mendonça, C. Comunicação e experiência estética. Belo Horizonte, UFMG. pp. 190-208.

Fiorin, J. L.. (1999). Objeto artístico e experiência estética. En Landowski, E.; Dorra, R. & Oliveira, A.C.de (Eds.). Semiótica, estesis, estética. São Paulo / EDUC, Puebla, UAP. pp. 101-117.

Flitterman-Lewis, S. (1987). Psychoanalysis, film, and television. Em: Channels of discourse: television and contemporary criticism. London, Routledge.

Guimarães, D. A. D. (2007). Comunicação Tecnoestética nas Mídias Audiovisuais. Porto Alegre, Sulina.

Kant, I. (2005). Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valerio Rohden & António Marques. 2 ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária.

Kerckhove, D. de. (2009). A pele da cultura. Investigando a nova realidade eletrônica. São Paulo, Annablume.

Lipovetsky, G. (2004). Os tempos hipermodernos. São Paulo, Barcarolla.

Machado, A. (2011). Pré-cinemas & pós-cinemas. Campinas, Papirus.

Metz, C.(1982). The imaginary signifier: psychoanalysis and the cinema. Bloomington, Indiana University Press.

Mulvey, L. (1985). Visual pleasure and narrative cinema. Em Movies and methods. v. II. Berkeley, University of California Press.

Parret, H. (1997). A estética da comunicação: além da pragmática. Campinas, Editora da UNICAMP.

Rousseau, S. (2012). Food Media. Celebrity chefs and the politics of everyday interference. London, Berg.

Shapiro, R. (2007). Que é artificação? Sociedade e Estado, Brasília, v. 22(1), pp.135-151, jan./abr.

Stam, R.; Burgoyne, R. & Flitterman-Lewis, S. (1999). New vocabularies in film semiotics: structuralism, post-structuralism, and beyond. London, Routledge.